domingo, 8 de janeiro de 2017

2016

- O Ano da Sacudida


(Longo suspiro poético)

Começa assim para pegar fôlego.
Agora dá para falar... Os dias foram no mínimo intensos. Faz tempo quero escrever para organizar minhas ideias e aliviar tanta emoção.
É que tem horas que o piloto automático liga e aí vai do jeito que dá, até dar um jeito.
Quando a gente passa por uma experiência de quase perder uma das pessoas que a gente mais ama na vida, as prioridades certamente mudam de lugar, algumas coisas perdem completamente a importância... e foi isso que aconteceu comigo.
Programei uma viagem com antecedência para estar presente no momento mais sublime da vida de minha irmã, o nascimento do seu primeiro filho. Sonhamos com ele e o amamos desde o momento que soubemos da sua existência.
Mas veja... por ironia do destino, "coincidência" ou coisa que o valha (não acredito em coincidências), meu pai adoeceu gravemente dias antes da minha viagem, de brinde levei mais um "toco" para minha coleção (esse ano estou tendendo ao empreendedorismo e vou usar esses "tocos" para abrir uma madeireira. rs). Resumindo, saí da minha cidade sem chão. A situação do meu pai agravou e confesso que desesperei. Na hora eu não conseguia articular nenhum pensamento além de:
Deeeeeeus!
Senhoooor!!
E quem me conhece até me imagina levantando as mão e dizendo isso em vós alta. rs

Na verdade, eu pensava em todos os sonhos que foram se perdendo pelo caminho e naqueles que guardei com tanto carinho...
Pensei que preciso do olhar orgulhoso do meu pai, de rir das travessuras que só aconteceram na nossa imaginação...
Pensei na sua alegria em receber nos braços o tão desejado menino, àquele que herdará todas as partidas de futebol, pipas, chimbras, histórias do Pedro Malasarte...
Pensei nos filhos que eu gostaria de ter, fazendo travessuras com o voinho.
Pensei em como é bom a gente sentir que existe alguém que nos ama e aceita exatamente do jeito que somos. Sem "mas" e nem "porém".
Pensei que temos muito ainda pela frente...


Foram dias e noites no hospital.
Pessoas chegando, outras partindo (algumas para sempre...)
Sentindo as dores e as alegrias de cada família. Nas filas, corredores e quarto de hospital somos todos iguais.
No meio disso tudo ele olha pra mim e diz 2 coisas que me marcaram muito:

"E o caboclinho? Não deu certo?
Não importa, filha! Não tem problema.
Eu só quero te ver feliz. Você está feliz?"

"Eu achei que fosse imbatível"

Então eu te digo,
primeiro de tudo: Eu sou feliz sim, muito feliz!
segundo de tudo: para mim, o senhor continua imbatível!

Deus foi tão bom que permitiu que estivéssemos juntos neste momento e vou continuar orando, esperando e agradecendo por sua recuperação.

Sabe aquelas pequenas decepções? Pois é... elas não passam agora de uma sacudida nos meus ramos. Caíram as folhas mortas... elas vão adubar a terra onde firmei minhas raízes. E os frutos virão. Eles serão doces e vão honrar a nossa trajetória, a herança que recebi de vocês, pai e mãe, e todos os nossos antepassados.



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