quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um pouco de Mário Quintana

"A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe."


AMOR É SÍNTESE

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...

Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.
Mário Quintana


Que lindo é Mário Quintana, sempre que leio seu texto conversa comigo como se fossemos  amigos de longa data. Perdão pela minha ignorância pois a pouco tempo o conheci... Já gostei no primeiro verso!

Desapega Menina

Às vezes a gente se apega a cada detalhe, como procurar uma casa pra morar e se preocupar mais com a varanda que o restante do lar. Já aconteceu comigo.
Tem horas que é bom parar e refletir, ao que te apegas?

Pode ser uma camiseta velha, meio desbotada... Sério, você não precisa dela! Outras virão.
Quem sabe uma palavra que lhe machucou, dessa definitivamente é bom desapegar. Remoer traz a dor de volta e dá maior proporção a cada vez que se faz isso. Eu sei do que estou falando!
Ou melhor, um sonho romântico e bobo? Desapega também, é ruim sonhar sozinho. Esse é um tipo de sonho para se ter a dois.
Um número na agenda, aquele que você nunca liga mas está lá para alguma eventualidade. Não é melhor deixar esse espaço para fazer novos contatos?
Ahhhhhhhh... tem também um monte de papel, fotocópias do tempo da faculdade, módulo do ginásio e só Deus sabe mais o quê!!!? Você não vai mais precisar disso, para voltar a estudar procure informação nova, recicle. Existem outras fontes de conhecimento atualizados.
Desapega do livros também, emprestar livros e fazer o conhecimento circular! Livro foi feito para ser lido, não para enfeitar estante.
Desapega das antigas ideias, conceitos, comportamentos. Tudo muda! Assim é a vida.
Muda o corte do cabelo, é bem mais fácil que mudar por dentro. Mas tem que começar de algum lugar.
Quem fala isso é a mestra budista do desapego? Não não.
Quem está falando é alguém que está cansada de tentar segurar tudo perto de si, que tem medo de mudar, que sonha todos os dias acordada o mesmo sonho, que se apavora de perder o controle e não saber como agir.

Falo pra mim também, assim conversando na boa... Como é complicado desapegar!
Que mania de ficar agarrada às lembranças boas e às ruins também. Dói tentar lutar contra o fluxo das coisas, porque tudo passa e é preciso deixar ir.
Eu já pratiquei o desapego esses dias, joguei um tanto de entulho fora... Vou limpar minha carteira onde guardo vários papeizinhos sem utilidade, separar roupas e sapatos que já não uso. Vou começar devagar, mudando o que posso ver e tocar. E amanhã quem sabe?

LIBERTE-SE

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eu nunca vi uma periguete de óculos



Como eu não duvido de nada, não vou entrar no mérito da existência de tais criaturas. Mas eu nunca vi uma periguete de óculos. Eu já sabia que a espécie tem um tipo de regulação térmica privilegiada, diz a sabedoria popular: Periguete não sente frio. E não sente mesmo, elas estão por toda parte com suas micro-saias e mega decotes.

Talvez pela evolução das espécies, periguetes tenham desenvolvido o sentido da visão... assim conseguem identificar a presa à quilômetros de distância.
Todo mundo deve ter alguma amiga meio periguete, também se aprende com elas.
A periguete sabe agradar um homem, ela só não sabe que deve agradar Um (único) homem de cada vez e de preferência aqueles que estão solteiros... mas era esperar demais de uma criatura com tantos adjetivos e predicados.

Fui reprovada no curso de periguete para solteiras.
Talvez por causa dos óculos, não sei... Não consegui entrar no clima baladeiro.
Não nasci pra coisa, aquele Uhuuuu não sai de jeito nenhum e eu tentei viu!?
Mas estou em outro tempo, minha alma não se alegra com grandes noitadas e varar a noite perigueteando por aí.
Claro que nessas alturas sinto falta de beijo, carinho... Mas eu quero mais, sabe comé? Quero estar junto, falar bobagem, rir das bobagens, me sentir amada, sonhar junto. E isso o carinha da balada não dá.

Só uma coisa, tem que fazer os olhinhos brilharem...


domingo, 14 de agosto de 2011

As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
 

 Uma homenagem a este Poeta maravilhoso e seu legado. Quem dera Deus ter me dado o dom de me expressar como este grande homem.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O que me encanta / O que me espanta



Me encanta ver um pai brincando com seu filho, conversando com ele, sendo atencioso.
Me espanta esquecer o próprio filho dentro de um carro fechado por horas...

Me encanta ver o olhar de cumplicidade de um casal apaixonado.
Me espanta ser subjugado numa relação doentia.

Me encanta sentir o vento bater no rosto e deixar os cabelos displicentemente acariciar meu rosto.
Me espanta preferir fechar todas as janelas.

Me encanta a agradável companhia dos meus amigos e vibrar com eles na mesma risada gostosa.
Me espanta alguém todo orgulhoso dizer que não tem amigos, nem precisa tê-los.

Me encanta um abraço sincero.
Me espanta a indiferença.

Me encanta sentir a água morna do mar lambendo meus pés.
Me espanta encontrar tanto lixo no meu caminho.

Me encanta gentileza.
Me espanta tanta indelicadeza.

Me encanta o som dos pássaros, do roçar do vento na copa das árvores, o som da água corrente, o riso alegre das crianças, o brilho das estrelas.
Me espanta não ter tempo de apreciar nada disso, do barulho da cidade gritando no meu ouvido.

Me encanta recordar momentos felizes.
Me espanta viver de passado.

Me encanta cantarolar minha música favorita.
Me espanta falar sem dizer nada.

Me encanta ter o corpo cansado depois de um dia produtivo de trabalho.
Me espanta preferir não ter.

Tanto me encanta, que não me surpreende a desesperança não conseguir comigo ter.


sábado, 6 de agosto de 2011

À Procura de Um Milagre

À procura sim, porque não tenho paciência de ficar esperando.
Já passei por quase todas as especialidades médicas, entrei na terapia, fiz tratamento de apometria, passe, constelei, tomei extrato de própolis, joguei tarô online, rezei vários terços, fui na benzedeira, rezei tanta novena que deve ter sido uma noventena, tomei água benta pelo padre na televisão. Fiz simpatia, cura com cristais, acupuntura, meditação... só não tomei a água da timbuca do Velho Cachimbeiro porque ainda não topei com ele!
Sou uma pessoa de fé, em tudo! 
Me perdoem meus amigos beatos, fui criada em um lugar onde fadas e Jesus Cristo convivem pacificamente.
Respeito e tento tirar algo de bom de toda crença.
E fé só ajuda, quando não há nada que possamos fazer, por que não acreditar no invisível? Nas terapias alternativas? Na sabedoria oriental?
Eu recomendo quebrar a barreira dos preconceitos, de tentar algo novo, de curar principalmente a maneira de pensar.
Eu recomendo não levar tudo tão a sério, é o que estou tentando fazer por mim. Com alguns tropeços, muito esforço e muita vontade de viver melhor.

Leve, leve... como o ar!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Eu quero Ser


Quero ser um sorriso banguelo de criança;
Quero ser a sabedoria de um velho
Quero aprender com as pequenas coisas
E me surpreender a cada dia
Quero ter em mim o mistério da lua
E a energia radiante do sol
Quero ter a suavidade da brisa
E ser forte e segura como a rocha
Quero dançar graciosamente no ar como uma folha ao vento
Quero ser um sussurro apaixonado
E uma lágrima de saudade
Quero caminhar descalça na areia da praia
E olhar as pegadas que deixei.
Quero ser um grito a plenos pulmões que alivia o coração
Quero deitar meu corpo cansado na grama úmida.
Quero ser o ritmo das ondas do mar, que tranquiliza
Quero ser pequena para caber em qualquer lugar,
E quero ser grande para ver como os problemas são pequenos.
Quero duvidar de tudo o que sei, para saber denovo e melhor;
Quero a transparência e a capacidade de transformar que a água tem;
Quero precisar e aceitar a ajuda de alguém;
Quero sentir amor por quem nunca vi,
E não esperar nada em troca.
Quero viver e aprender tudo que a vida pode oferecer;
E quero ser diferente de tempos em tempos,
Para não me acostumar comigo mesma.